Cooperação e soluções

Foi criado em Barcelona o PRIMA ou Projeto de Investigação da Área do Mediterrâneo, Fundação visando promover soluções à questão ambiental. Com ambiciosa agenda científica de inovação, abordando desafios relacionados a água e alimentação na região mediterrãnea, em particular sistemas agrícolas sustentáveis, cadeia agroalimentar e gestão sustentável de recursos hídricos. Tal iniciativa de carácter internacional dá espaço colaborativo a países em condições similares, beneficiando-se mutuamente visando afrontar os desafios. O PRIMA buscará soluções para 180 milhões de pessoas que atualmente sofrem com a escassez de água, iniciativa abrangendo 19 países e focado nas soluções sustentáveis, escassez de água e redução da produtividade das culturas. Os membros terão agenda comum na gestão de recursos hídricos e sustentabilidade agrícola. O programa terá 494 milhões de euros no desenvolvimento e aplicação de soluções e deste total, 274 milhões são oriundos de países participantes e 220 milhões da UE e 30 milhões da Espanha. O detalhe da questão científica são os investimentos da Europa em pesquisa na casa dos 300 bilhões de euros e nos EEUU 400 bilhões com diferenças no resultado final. Por fim, os 11 países europeus são Alemanha, Portugal, Croácia, Eslovênia, Luxemburgo, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta, Chipre e oito fronteiriços ao Mediterrâneo como Marrocos, Jordãnia, Israel, Argélia, Egito, Líbano, Tunísia e Turquia.
Outra iniciativa em desenvolvimento é o Wathy, um projeto de 1,5 milhão de euros destinado a purificar até três milhões de litros de água/ano baseado na energia solar. Trata-se na verdade, de um mega computador termodinâmico que fará dessalinização, descontaminação e purificação da água pelo calor do sol, via painéis fotovoitaicos, dispondo a energia não utilizada ao usuário final. Além do que terá capacidade de interação com a população por wifi com 1,6 kms de diâmetro e conteúdo visual educativo, informação e diversão. O equipamento pesa 15 toneladas tem 40 mts de comprimento e 2,5 metros de altura, atendendo uma população de 3 mil pessoas. Os primeiros clientes estão nos Emirados Árabes, Nigéria e América Latina.
Podemos notar que começam a se desenvolver projetos supranacionais buscando soluções de forma colaborativa, com objetivos específicos aos danos ocorridos. A parte questões político ideológicas ou econômicas, ninguém é excluído ou nenhuma solução previamente descartada porque não há até o presente momento, quem não tenha usufruído do atual sistema sabendo perfeitamente seus efeitos colaterais. Qualquer resistência a realidade, decerto só retardará a busca e aplicação por soluções. Enquanto isso, vivemos aprisionados a preconceitos que nos deixarão para trás no encontrar soluções específicas a nossa região, nos condenando ao velho importar de coisas pensadas em outros locais, a mercê do destino, como tem sido até aqui.

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