Alongamento da curva

Edward Morse investigador do Citigroup, nos avisa que a combinação de maior produção de petróleo e estancamento do consumo nos próximos cinco anos, deverá estabilizar o seu preço a 75 dólares na media. Isto certamente alongará a curva produção e consumo, que na prática, dará mais vida ao atual modelo de energia fóssil. Tal ideia se fortalece com a descoberta de mais de 1 bilhão de barris ou 30 anos mais de consumo, a maioria recuperável a 75 dólares, com o detalhe que a maior parte é para exportação. Nuances como aumento da produção americana que deverá torná-los exportadores, um terço de nosso parque automotivo independe de gasolina para funcionar, abundância de gás na Austrália, África do Sul, Brasil e Argentina, reforçam a ideia do alongamento da curva, e no caso do gás, a criação de um provável mercado global, colocando sob pressão o monopólio russo na Europa.
Consideremos ainda a descoberta de petróleo em águas profundas, o incremento do xisto e areias betuminosas dando uma folga de bilhões de barris as já enormes reservas. Consultorias avisam que haveriam 317 bilhões de barris de petróleo em águas profundas, sendo 75 bilhões na América do Norte, 63 bilhões na África e 32 bilhões no Pacífico, o resto quem sabe, do lado de baixo do equador. O xisto teria 345 bilhões em reservas sendo 58 bilhões nos EEUU. Segundo a BP, só no Canadá, as areias betuminosas teriam reservas de 167.8 bilhões de barris. A Venezuela com 220 bilhões, sem a certeza de preço a 75 dólares o barril, chama a atenção, pois visando implementar sua revolução Chaves tomou emprestado na China 60 bilhões de dólares pagando com petróleo. O gás, parece a tendência da vez, considerando que veículos de massa tendem a usá-lo, sendo no transporte quase a metade de todo o petróleo consumido.
Como podemos ver, o alongamento da curva produção e consumo mostra como o atual modelo energético parece ter mais vida. O peso da energia alternativa ainda impacta pouco na ponta, isto é, no consumo. Mesmo com a grita dos ambientalistas, da ONU e da vida, a agressão à natureza se agrava por conta da economia e do atual modelo como prioridades em detrimento a danos ambientais que sofremos. Energia parece que não faltará para tocar a modernidade, água talvez, ou quem sabe, paz.

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