Lobby e jogos de poder

Como bem sabemos a Monsanto localizada em St Louis, Missouri é a maior empresa do ramo na produção de pesticidas e transgênicos. Segundo o Wall Street Journal a venda de sementes em 2012 subiu 14%; a bagatela de 1.76 milhões de dólares. Entre 1996 e 2007 comprou várias companhias menores entre elas a Semiunis um dos maiores distribuidores de sementes. Tem fama de arruinar pequenos agricultores com demandas jurídicas pelo não pagamento de royalties por sementes transgênicas. Até 2007 processou 57 agricultores num total de 21 milhões de dólares segundo o Food Safety dos EEUU. Acusam-na de promover o golpe no Paraguai e invadir a África com sementes modificadas, além de acusações como lobby no legislativo e executivo americano com leis e normas que favoreçam sua atuação. Dizem que financia nos EEUU a campanha de impedimento a etiquetagem de alimentos transgênicos nos estados da Califórnia, Havai etc.
No Chile, o agricultor Jose Riquelme a processou pela compra da semente de melão melhorado por não corresponder a variedade comprada levando-o a falência. Em outubro de 2004, pagou 3 milhões de pesos chilenos por 50 000 sementes da variedade híbrida recebendo variedades não combinadas. O resultado foi que não preenchiam requisitos necessários à exportação a França. Em janeiro de 2013 a Juíza em questão deu ganho de causa a Monsanto, jogando a culpa no agricultor pela maneira como procedeu o plantio. Outro caso em 2012, o Tribunal dos Povos na Índia condenou a multinacional por violações dos direitos humanos de camponeses e camponesas. Importante aqui, quando se fala em agricultura sustentável livre de agrotóxicos atinge interesses de poderosas corporações com forte lobby governamental no mundo.
No Brasil o agronegócio é a face visível desta questão, que além do poder econômico via produção e exportação gerando riquezas, necessita um processo de negociação visando buscar equilibrio entre produção, mercado e meio ambiente, evitando aí, guerra sem fim. Um sistema de disputa com medidas de força, decerto provocará danos em ambos os lados; o que menos interessa no momento. Buscar negociação por evolução a economia sustentável é objetivo e caminho a ser perseguido. Entre nós, o código ambiental seria um começo, mas fiscalização evitando corrupção seria outra questão, e por fim, quebra da desconfiança entre ambos os lados, deixando claro que o que se pretende não é destruição do outro mas o desenvolvimento sustentável preservando-nos de futuro sombrio.

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