Novamente a água

O Ministério dos Recursos Hídricos Chinês avisa que a quantidade de rios com bacias de áreas superiores a 100 kms quadrados são 22.909 enquanto a 60 anos eram 50.000. Explicações foram dadas, desde a melhoria da avaliação técnica até o brusco crescimento econômico do país, e segundo o responsável pelo estudo Huang He, “Nos anos de 1950, eram utilizados mapas topográficos incompletos e isso resultava em cálculos errados”. Estudos independentes alertaram ao problema pois o consumo de água na China aumentou mais de cinco vezes desde 1949.
O diretor do Instituto dos Assuntos Públicos e Ambientais Ma Jun diz que “Este novo estudo demonstrou que em certas regiões da China, especialmente ao norte, os rios estão secando e se transformando em rios sazonais”, culpando a irrigação intensiva como responsável pelo aumento da aridez do clima. Ekaterina Fortyguina, do Instituto do Extremo Oriente da Academia das Ciências da Rússia, especialista em China, diz que “Há realmente menos água nos rios chineses. Assim, no início dos anos 2000, o Rio Amarelo (ou Huang He) secava no seu terço mais a jusante por 180-200 dias”, e completa, “Claro que os casos dos diferentes rios devem ser analisados separadamente, mas em geral, a China terá de alterar radicalmente a utilização dos seus recursos hídricos”.
Todos conhecemos a situação da água na China e a questão crucial foi o uso abusivo da irrigação intensiva imaginada como panacéia à solução da fome. A dessalinização das águas costeiras em escala industrial como na região de Dalian, coloca o país atrás de Israel e Japão no uso desta técnica. Lembramos as precárias condições de higiene do país, pois foi amplamente noticiado, a presença de 16 000 suínos mortos no rio Huangpu que abastece Xangai, nos quais foram encontrados a presença de circovírus. Como bem podemos notar, a questão não é só econômica ou ambiental mas educacional e cultural.

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